domingo, 30 de dezembro de 2012

Hoje voltei a rabiscar e colorir!

Hoje tomei uma dose de coragem e voltei a rabiscar, como há muito tempo não fazia.
Aos 19 anos decidi ingressar no curso de Artes, mais precisamente Arte-educação. Uma fuga para meus anseios e angústias. O que infelizmente, anos depois, tornou-se para mim uma frustração profissional.
Lendo algumas páginas de um velho livro encostado na estante, “Desenhando com o Lado Direito do Cérebro”, a autora Beth Edwards  afirma que desenhar é simplesmente “mudar a maneira de olhar as coisas”.
Inicio esse novo desafio e termino esse desabafo com o desenho e a frase do livro “O pequeno príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry:” Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

AMIGO DA ONÇA


AMIGO DA ONÇA
(Brincadeira realizada no dia 21 de Dezembro de 2012 com um "Bando de Amigos" conectados pelos laços de amizade e excesso de sinceridade)
 

Somos o inverso do AMIGO DA ONÇA.

Da onça, temos só a personalidade. Todos sem exceção. Uns mais que os outros e outros menos que uns!

Estamos concretizando aquilo que “abstratamos” o ano todo: e-mails mal redigidos e interpretados, respostas atravessadas e Pitis.

Somos “Abravanel”, “Phynna”, “Fiona”,  “Guaiá”, “Pucca que pariu”, “Coração”, “Magrela”, “Lili Terremoto” e “Sthephany-E”. Não agradamos a todos, nem a muitos, aliás, a quase ninguém.  Mas somos um “Bando” conectados pelos laços de amizade e excesso de sinceridade. Quem não aguenta pede água ou demissão. Mas para os que resistem, restam momentos felizes e recheados de bom e mau humor. É impossível ficar triste quando estamos perto.

Hoje, dia 21 de Dezembro de 2012, há rumores de que o mundo irá acabar. E depois de começarmos essa brincadeira de mau gosto eu não duvido mais. Aliás, corremos um grande risco de iniciarmos a 3 Guerra Mundial!

Que nada! Apesar das aparências de “Shreks e Fionas”, somos da Paz!

Vamos agradecer uns aos outros por existirmos e por nos pertencemos.

Vamos comemorar os obstáculos e dificuldades ultrapassados e vencidos e as vitórias conquistadas em 2012! E que venham os novos desafios, oportunidades e alegrias!
 
Feliz 2013 com muito mais humor!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sem Lucia, nem João...


  Assisti recentemente o DVD do seriado global, “Anos Rebeldes” de Gilberto Braga, exibido nos anos 90. Jovens estudantes (sem metáforas), jornalistas, intelectuais e artistas lutavam por um Brasil democrático contra a ditadura militar e melhor para todos.
Um jovem de 16 anos morre baleado em meio à luta pelos seus ideais. Há uma comoção e o Rio de Janeiro para no dia do se enterro.
Dois jovens, que se conhecem na idade colegial se apaixonam. Maria Lucia e João Alfredo. João era um idealista. Lucia individualista e “alienada”.
Hoje é possível, que morram mais que dezesseis jovens de poucos anos por dia, no Rio de Janeiro e em todos os cantos do Brasil e a noticia é publicada no “Caderno Cotidiano” dos jornais.
Infelizmente, hoje existem jovens bem piores que Maria Lucia.
E dificilmente veremos um jovem discursar numa formatura como João Alfredo:
“Prometemos não usar nosso diploma
Como passaporte para o mundo dos privilegiados.
Pensar primeiro no sofrimento dos outros,
E depois no nosso conforto.
Neste momento que estamos deixando o colégio,
Nós todos aqui, juntos,
Juramos continuar estudantes,
Na sinceridade,
Na entrega,
No espírito,
E no coração.
Estudantes pelo resto da vida!”

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Se eu tivesse ao menos meus vinte e poucos anos de volta, abriria mão de coisas que só o dinheiro paga e substituitia por tudo o que ele não pode pagar...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"..."

 
Enquanto dedilho posts, mensagens, e-mails e tals, percebo que substituo "," por "..."...(olha elas aí!) sinto que surge uma nova gramatica: a das possibilidades sem "."

terça-feira, 10 de julho de 2012

Lindamente!




Vou escrever sobre um fato ocorrido hoje com personagens e tempo diferentes, o que altera totalmente o cenário da história. Decidi redigir em ordem cronológica inversa, pois desejo terminar este texto lindamente.

A tecnologia nos oferece vantagens que antes, víamos somente na rotina de Os Jetsons *. Por exemplo, a internet nos permite navegar a qualquer lugar do mundo. Há vários tipos, modelos, tamanho, cores de computadores, notebooks, netbooks, tablets, etc; à gosto do freguês. E mais, temos praticamente a tecnologia de todos eles na palma da mão. Brinco com uma amiga que tem um desses aí, que o dela faz até frango assado de padaria. Pois, é justamente o aparelho telefônico móvel, um dos objetos motivadores deste desabafo.

Voltando para casa depois de quase doze horas de trabalho, estava eu sentada no banco do ônibus.  Como é de costume, coloquei os fones em meus ouvidos, conectei no celular, para ouvir minhas músicas preferidas; é assim que gosto de viajar.  Prefiro imaginar que não estou ali. Mas um casal de adolescentes exageradamente apaixonados me trouxe de volta a realidade. Ambos ao meu lado faziam questão de seguir a viagem, abraçados, dividindo o fone do celular, me cutucando para equilibrarem-se e continuarem em pé. Parecia que escutavam alguma coisa do tipo stand up. Não tenho nada contra esse tipo de humor, acho até divertido, inteligente, crítico; exceto aqueles que ridicularizam as pessoas e que as expõem em situações de humilhações. Mas daí, além de compartilhar entre si, rir e falar alto, incomodar os demais passageiros é um jeito péssimo de retornar para casa!

Algo semelhante aconteceu no começo da manhã. Esperei por quase quarenta minutos para conseguir pegar um ônibus, o que me fez chegar bastante atrasada no trabalho. E como já disse antes, estava eu novamente ouvindo minhas músicas, mas desta vez eu é quem estava em pé. No intervalo de uma seleção e outra, alguém ouvia música "no modo auto falante do celular”. Se não me engano era Luiz Gonzaga. Mas, como assim?  O som que costuma sair desses aparelhos é funk, eletrônica, pagode, rap, enfim, gostos que agradam seus proprietários, que geralmente são de adolescentes.  Não estou aqui para fazer crítica musical, mas fiquei intrigada com tal gosto, pois era peculiar entre os jovens.  Continuei a achar absurdo e comecei a procurar quem era o “sem noção”. Quando me deparei com um “adolescente” sentado no banco de idosos de aproximadamente 80 anos. Sobre o seu colo, a origem do som que ecoava o baião: um rádio de pilhas com antena e tudo! Agora que estou prestes a fechar minhas pálpebras, é a primeira imagem que vejo; e o som, que saiu daquele objeto tão antigo, ainda ressoa nos meus ouvidos lindamente!




* The Jetsons (em português Os Jetsons) foi uma série animada de TV produzida pela Hannah-Barbera, de 1962 a 1963. Essa série introduziu no imaginário da maioria das pessoas o que seria o futuro da Humanidade: carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento, robôs como criados, e tudo que dá para se imaginar do futuro. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"Eu nunca fui outra pessoa. Eu sou eu desde que eu nasci" - Jô Soares entrevista Oswaldo Montenegro 19/10/2011






"Eu nunca fui outra pessoa. Eu sou eu desde que eu nasci. E quantas coisas, eu me perguntava, a gente faz pra corresponder as expectativas de quem a gente ama? Talvez tudo. (...) Fui ser Sergio Antunes um sociólogo que morava em Vitória. (...) Psicanaliticamente foi a uma conclusão muito bacana:  que eu não queria fazer nada que eu já não tivesse feito e que eu era igualzinho a mim. "
(Oswaldo Montenegro)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Do início da minha vida, ao fim de suas existências (Uma singela homenagem)





Uma (e)terna lembrança
... Da essência, do início, da razão,
Da minha jornada.

Dois grandes seres humanos,
De Nobres Corações.
Que valorizavam a Família,
Filhos, Netos e Bisnetos.
E amavam todos eles,
Com honra e orgulho.

Fui próxima e presente, mais,
Do que muitas pessoas desejaram ser

Estive com eles
Do início da minha vida
Ao fim de suas existências.
Na esperança de reencontrá-los
Em breve.

Com todo o meu respeito e amor, dedico minhas palavras, à vocês, Odi e Oba
  

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Passos de Curupira

Amanheço com os pés na cabeceira da cama. Me visto do avesso. Tomo meu café e saio a vagar em passos de Curupira. O destino eu já sei de cor. Andar de costas para o mundo enjoa e dá vertigens. Uma tentativa desastrada de me sentir embriagada, perder a sanidade e esquecer o lugar que meus pés me levam. Tudo em vão. O ritual do vestiário: colocar o uniforme nos deixa parecidos com gente que não reconhecemos em nós! Pinta a cara, roda a catraca, bate o cartão de ponto e os mesmos minutos e horas se esvaem. É tempo de voltar para a casa. Lavo a cara e me visto do avesso, de novo. Rumo ao encontro de mim mesma. E esta inquietação de ser é como caminhar em uma corda suspensa no ar

sexta-feira, 1 de junho de 2012

http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2012/06/01/sempre-quis-escapar-daquela-menina-diz-personagem-de-foto-historica-da-guerra-do-vietna.htm


"Existem momentos dos quais gostaríamos que jamais houvessem existido, no entanto, foram registrados e se tornaram intactos.  Não podemos alterar o que já foi, mas estas memórias servem para nos lembrar de que nunca deverão acontecer novamente..."

segunda-feira, 14 de maio de 2012



"Fiz um plano e depois parei de discutir os beneficios e detalhes menores. Eu usaria o tempo que teria gastado discutindo minha escolha e mergulharia na tarefa de levá-la a cabo"
(Nina Sankocitch - O ano da leitura mágica)

 Que tal ter uma segunda-feira diferente? Bora iniciar a semana com a disposição de um atleta, coragem de um leão e com humor de um bom comediante! Vamos aproveitar para renovar decisões, traçar novos objetivos e elaborar caminhos para a vitoria total! Uma linda semana a todos!!!

sábado, 12 de maio de 2012

Supermãe





A mãe é a personagem principal na vida de qualquer filho.
É a heroína anônima cuja identidade secreta só é conhecida por sua prole. A mais dura e valente de todos os super-heróis já vistos, defende a paz e a harmonia.  No entanto, se os seus sensores detectam algum perigo aos seus, é capaz de emanar seus super poderes para livra-los de qualquer mal eminente.
Por outro lado, os filhos também são considerados kriptonita nos momentos mais cruciais de sua vida: no primeiro dia de aula, os rabiscos feitos no jardim da infância, a primeira lágrima de desamor e principalmente quando saem debaixo de sua capa e voam para outra casa para criar uma nova família e iniciar o recomeço de sua espécie.
Mas tal fraqueza não supera a força de seu amor, nunca.  Mesmo quando consideradas anti-heroínas  ao “errar “ na formação de suas crias, “sempre tentando acertar”. Afinal, o motivo pelo qual, luta e defende, é sua razão de viver e sobreviver.
Dia das mães é um dia especial para se comemorar a existência delas, somente porque é uma data marcada no calendário.  Afinal, todos os dias têm motivo de celebra-las. Por isso, aproveitem para dizer a sua, um alto e sonoro: “EU TE AMO”!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Previsão do Tempo






O TEMPO não passa

 Quando esperamos alguém,

Quando buscamos a cura

O TEMPO não para

Quando estamos atrasados,

Apertando passos para pegar o trem,

Quando  a maturidade surge nas linhas das rugas

O TEMPO urge

Quando buscamos um alvo,

Enquanto corremos da fuga

O TEMPO é o melhor remédio

Para acertamos questões mal resolvidas,

Curarmos males e feridas,

Parar a dor! Parar o amor!

O TEMPO é contratempo,

Para aquele que para, espera e não vê que o tempo já passou...

quarta-feira, 25 de abril de 2012



Vi este video do grupo Begin em sua passagem no Brasil e me emocionei muito.
É a demonstração dos mais elevados e nobres sentimentos: o respeito e gratidão aos idosos. A família reunida numa grande mesa, bastante "okazu" e ouvindo a canção Tinsaguno Hana, que o vocalista canta ao pé do ouvido da Obassan de mais de 100 anos de idade, lembrei-me com saudades do meu Odi e Oba. Lembranças são tesouros intransferíveis e só quem as viveu as possuem...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Maíra Viana, pessoa que inspira e respira palavras...

http://www.mairaviana.com.br/literatura.php

"Abaixo, segue um trecho da entrevista de José Castello – biógrafo e escritor, nessa época trabalhando no jornal "O Globo" – a Clarice Lispector, em 1976:
J.C.: - Por que você escreve?
C.L.: - Vou lhe responder com outra pergunta: porque você bebe água?
J.C.: - Por que bebo água? Porque tenho sede!
C.L.: - Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."



Agradecimentos a talentosa escritora e incentivadora Maíra Viana, pessoa que inspira e respira palavras...

Obrigada!!!

domingo, 25 de março de 2012

O despertar da noite...


No quarto um “click”.

Num segundo, o “TOC”.

Hoje é o primeiro dia.

A noite mais longa.

Meus ouvidos estão a flor da pele.

Ouço ruídos que saem das paredes.

Os olhos, estatelados.

Procuram aquilo que não vejo.

E o que pulsa no peito, agora bombardeia,

e me afogo em minha respiração.

É o despertar da noite que nunca amanhece.

O ontem não é mais hoje e nem será amanhã...





Durante toda a minha vida, até aquele dia, ao abrir a porta, eu me deparava com a casa de frente a minha.

Numa manhã, como se eu estivesse ausente por um tempo, o que vejo, no lugar da antiga habitação, um hotel em construção.

No lugar das paredes brancas, do sobrado de dois andares, paredes rosas e três andares a mais.  Quando perguntei a um operário que trabalhava na obra, me respondeu:

- Você não soube? A família vendeu para um empreendedor hoteleiro.

E o que era sóbrio, intacto, não estava mais lá e nunca mais estaria...



O tempo voa...Temos que aproveitar o máximo: não deixar escapar os bons momentos e nem deixar de recordar as boas lembranças...

terça-feira, 6 de março de 2012

O avião desgovernado



Foi trágico ver aquele avião desgovernado tentar fazer um pouso de emergência no grande pátio da fábrica de gelo. Movimentava-se feito um inseto. De repente, o piloto herói sai de dentro da cabine, se dirige para a parte de cima e de ponta cabeça tenta salvar a aeronave e as pessoas que nela estavam. Ufa! E não é que ele conseguiu?! Arriscou sua própria vida, se esborrachou no chão, mas não morreu. Espera! O piloto sou eu??? Trrriiiiiim!!!  O despertador toca!

Ele insiste em enfrentar batalhas sem fim contra mim. Por um lado, tenho ânsia de desacelerar os ponteiros para ter mais chance de seguir e correr; na busca insaciável do sucesso, que insiste em parecer inalcançável ou recuperar o que se perdeu.

No sentido anti horário, hoje olho no espelho e me vejo como ontem, e antes de ontem. Ainda posso ver desenhos nas nuvens feitas de algodão...

Rapidamente, pois não há mais tempo a perder, finalizo meus pensamentos citando entrelinhas o nome de um filme dos anos 80, para concluir que, embora eu não seja tão jovem, ainda sou jovem demais para morrer.

Amizade, Uma Ode ao Amor! Ou quase...


“A amizade é o amor que nunca morre”
Mario Quintana

Ela parecia uma boneca,
cabelos cacheados, ruivo queimado de sol,
sardas e nariz de batata.
Tagarelava como a boneca de pano.
Diferente da Emilia que engoliu uma pílula,
achei que ela tivesse bebido,
ou teria usado algum tipo de alucinógeno?
Em plena luz do meio-dia,
ela desembestou a falar sobre a Lua.

De apelidos, ela não gostava,
especialmente o dela.
Por outro lado, naquele tempo,
seu nome não lhe agradava aos ouvidos.
Preferia cortar as letras,
E a ela, chamávamos,
Glau

A amizade,
uma virtude,
A virtude,
Persistência
Cinco minutos
de paciência
Era esse o tempo
para falar
do meu desamor!

Uma lição,
O desapego,
A dor,
Transformada em saudade,
Do abrigo, do ventre
Que se foi.

O passado,
Ontem.
O presente,
Nem sempre fisicamente.
O futuro,
Encontraremos em breve.

Nem tão longe
Nem tão perto
Saudades

Uma homenagem

Pensamentos - Detalhes - é a resposta do que está por vir

"Prestar atenção nos detalhes dos acontecimentos, mesmo não compreendendo no presente momento, é a resposta do que está por vir... "

Pensamentos - Jogue para o alto e segure!!!

"Qdo chegar aquele momento em que pensa em jogar tudo para o alto....esqueça!!! Ninguém pode segurar além de vc mesmo..."

O Teatro que é Mágico!



Adentrei-me naquela lona armada que vez ou outra passava pela cidade.

Arcos e lenços pendurados,

Um “ Criado Mudo” encostado no “Proscênio”

Uma boneca de pano caída no meio do palco.

Seria “O Último Ato” daquela “Bailarina”? E o“Soldado de Chumbo”? Se foi?

Uma “Pena”!

Espera! Havia um som misterioso “de uma flauta”

Doce como um “Sonho”,

Iguais àqueles que a gente compra na padaria

Huuuummm...

Será que vinha de um “Realejo”?

Ouvi a prazerosa melodia,

Repleta de melancolias, ideologias e, porque não, de alegria!

Versos, prosas, refrão, poesia, claves, ritmo, compasso, composição

Partes de uma poção mágica, que nos remete a uma “Transição”

Um transcender que nos arremessa a algo maior

Aglomeram-se multidões, apagam-se as luzes

E uma voz surge:

“Sem horas e sem dores. Respeitável público pagão. Bem vindos ao Teatro Mágico”!!!

Palhaços, Malabaristas, Bailarinas, Músicos, Poetas, Militantes da Arte Independente!!!

“O tudo numa coisa só”.

“Este texto é uma homenagem à Cia musical O Teatro Mágico e os trechos citados em aspas são de autoria da mesma”.

Suspiro


Estava eu imersa em pensamentos, sentada e acompanhada de um copo apoiado num velho piano e nele, um líquido cristalino. Remoia velhas lembranças e refletia sobre convicções formadas com o passar dos anos.


Uma sonolência e toneladas de quilos tomavam conta do meu corpo e o cérebro parecia entrar numa onda de aspirais intermináveis.Os livros que, minutos atrás, estavam depositados, de forma organizada, e catalogados na instante de madeira maciça, caíram um a um. Imaginei que seria meu último suspiro.


E o que vem em mente neste momento único e terminal?


Nos minutos iniciais, pensei que seria bom, se como nas nossas primeiras lições escolares, pudéssemos ter uma borracha da qual apagaríamos nossos vacilos e falhas.Há aqueles que crêem na oração para diminuir o pecado e no acerto de contas no Dia do Juízo Final. E outros, que acreditam que as causas feitas pelos pensamentos, palavras e ações são registradas no Universo, sendo possível amenizar seus efeitos através do canto de um mantra e na propagação da felicidade das pessoas. Confesso que sou adepta do segundo grupo.


Já que essa borracha não existe, que tal arrancar algumas páginas de nossa história? Sabe aqueles capítulos dos quais preferimos pular a leitura? Pois é, mas as folhas se desordenariam, surgiriam lacunas, o caos estabelecido e o final, sem sentido.


Os segredos guardados na adolescência poderiam ser escritos com aquela canetinha mágica branca que fica transparente, sabem? Mas sempre tem um engraçadinho que passa a canetinha colorida e ainda espalha por aí a sua descoberta.


Mas um dia temos que amadurecer e cair das nuvens, alguns sonhos se dissipam com as obrigações e a luta pela sobrevivência.


Será possível comandar o tempo? Gostaria que o relógio tivesse mais horas, muito mais do que antes.Para que eu ainda tivesse tempo...


Então o despertador toca. É hora do primeiro suspiro do dia que acabou de chegar.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A menina que falava abobrinha e aprendeu a voar com as borboletas...

Sabrina nunca foi uma criança “normal”. Era a “raspa de tacho”.Destacava-se pelos cantos da sala de aula ou do pátio. Sozinha.


As crianças não entendiam porque ela chorava tanto! Era uma menina muito sensível e sempre desmaiava diante de fortes emoções.


No parque de diversões se divertia nas enormes filas de espera da montanha eussa e outros brinquedos “perigosos”. Mas não tinha coragem de brincar...


Quando cresceu, um pouco, pois continua bem pequenininha de estatura, ela ganhou um apelido de seu tio e de seu primo: Sabobrinha! A menina que abria boca para falar abobrinhas!


E não é que ela gostou? Desembestou a rir. Rir até doer a barriga!


Seu apelido espalhou-se pelo colégio (era assim que as escolas eram chamadas). E em alguns meses seu codinome estava na boca dos alunos de várias turmas da escola.


Quando chegava de manhã para estudar via seu apelido estampado nas paredes, escritos com giz de lousa nas escadas que davam nas salas de aula: “Bom dia Sabobrinha!”, “Seja bem vinda Sabobrinha!”. E quando ia embora: “Até amanhã, Sabó!”. Ficou tão conhecida, que até a coordenadora queria saber quem era a dona daquele apelido!


Menininhas bonitinhas, de nariz em pé, as chamadas “Patricinhas”, que nunca trocaram figurinhas nem papéis de cartas com ela, passaram a adotá-la como amiga. Só porque Sabobrinha se tornou popular entre os meninos. Não por que era bonita, a pegada não era essa. Mas porque era divertida, engraçada, adorava brincar de pega a pega na hora do lanche e ria de tudo, e com graça de si mesma.


Enfim, a menina que falava abobrinhas aprendeu com as borboletas...


Que mesmo sendo esquisita como uma lagarta, a beleza de alguma forma, um dia surgiria. E que cada borboleta tem a sua. E tem também suas cores próprias e singulares...


E que para voar era preciso sair do casulo...


E voou...